NÓS MATAMOS O TEMPO, MAS ELE NOS ENTERRA

quinta-feira, 19 de maio de 2011

PESADELO



Meia noite. Cansado e com sono, eu vinha caminhando pela rua deserta quando, de repente, ouvi umas passadas de leve atrás de mim. Senti um frio no estômago. Uma sensação desagradável percorreu meu corpo inteiro.
Novas passadas fizeram-me acelerar a caminhada, temendo o que viria a ser. Àquela hora, naquelas circunstâncias, requeria-se mais cautela.
Passando pelas lojas do centro da cidade, me observava no reflexo do vidro das vitrines. Minha camisa, manchada de batom e bebida, evidenciavam uma aventura proibida, e meus cabelos louros, emaranhados, reforçavam a ideia.
Os passos se repetiram desta vez mais próxima. Olhei para trás, mas não havia ninguém a não ser eu. Comecei a temer que minhas suspeitas se realizassem.
"E se tudo for descoberto...?"Engoli em seco, "Oh Deus, aquela mulher não vai sossegar até me matar."
Assustei-me com meu pensamento. Balancei a cabeça afastando ele. Um novo ruído. Desta vez, ao virar para trás, somente vi um vulto. Quando voltei o olhar para frente, deparei-me com uma arma apontada para meu peito. Reconheci o olhar de fúria antes de sentir uma queimação horrível e tudo ao meu redor despencar.
Pulei da cama, suando frio. Era somente um pesadelo. Passei os dedos por entre os cabelos e suspirei aliviado. Foi quando avistei uma camisa manchada, e sobre ela, um bilhete: "Aproveite seu último dia. Descobri tudo. Sônia.” Aterrorizado, olhei ao meu redor, caminhei até a janela para respirar. Então a porta de meu quarto se abriu. Meu coração entrou em disparada ao ver uma mulher armada

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